O que é DevOps e será que você deveria aderir, ou não..?

Existem sempre muitas tendências e “buzzwords” acontecendo no setor de TI. DevOps é mais uma destas palavras que circulam já faz alguns anos e ainda causa muito barulho e até um pouco de confusão. A seguir, pretendo esclarecer e desmistificar o tema, apresentando conceitos básicos que podem ser úteis na hora de decidir qual o momento de aderir à cultura DevOps no seu time ou empresa.

Você se recorda de ter brincado de Lego com seus amigos alguma vez em sua vida, criando e recriando diferentes cenários? Apesar de parece estranho, se você já fez isto alguma vez e gostou, é provável que goste da prática de DevOps e seja aquela pessoa que fará a diferença no seu time por compreender bem o processo de criar e recriar cenários.

O sucesso – e obviamente o fracasso – na prática do DevOps está relacionado à forma em que você trabalha para que algumas engrenagens básicas, que movimentam a TI, funcionem de maneira sincronizada. São elas: Pessoas, Processos, Ferramentas e Colaboração.  É fundamental começar a montagem dos blocos com estes quatro elementos em mente.

Antes de abordar o conceito básico de DevOps, é bom entender o que não é DevOps: Analistas, Operadores, Engenheiros de Software e quaisquer outras funções ou profissões não são DevOps, ou seja, não existe o famoso Analista de DevOps, a não ser em ambientes onde DevOps não é compreendido corretamente. O mesmo se aplica a um departamento ou softwares de automação e orquestração, que muitas vezes são descritos como DevOps. Softwares como Jenkins, Juju, Chef, Terraform etc. são excelentes ferramentas que contribuem na automação (e orquestração) de processos, mas não deve ser confundidos com o conceito de DevOps.

A justificativa para o que mencionei acima é bem simples: O Conceito de DevOps está relacionado à cultura utilizada por um grupo de pessoas que atuam de forma colaborativa durante o ciclo de vida de um serviço de TI. O grupo de pessoas pode ser formado por Analistas de Sistemas, Analistas de Suporte, Programadores, Operadores, Analistas de QA, Arquitetos de Solução entre outros, buscando a entrega do serviço do início ao fim. Estas pessoas trabalham de forma colaborativa e criam processos, que ao atingirem um alto nível de maturidade confiabilidade, podem – devem – ser automatizados através de ferramentas.  Assim sendo, temos conectados os quatro elementos básicos que começam a compor a Cultura e fizemos a fusão dos times de Desenvolvimento e Operações criando o nosso DevOps.

Além deste entendimento básico da estrutura, existem muitos outros conceitos envolvidos na Cultura DevOps, difundidos na comunidade engajada nesta prática. Um destes conceitos refere-se a outro conjunto de quatro elementos conhecido como CAMS (em inglês, refere-se a “Culture, Automation, Measurement, Sharing”). Em tradução livre: Cultura, Automação, Medição (ou Medir), Compartilhamento. É possível conectar e montar os blocos entre Engrenagens e CAMS facilmente, pois, a Cultura está relacionada com as Pessoas e ao Compartilhamento. A Automação está diretamente relacionada aos Processos e Ferramentas. E por último a Medição relacionando-se às quatro engrenagens básicas (Pessoas, Processos, Ferramentas e Colaboração).

A representação a seguir foi criada apenas para efeito didático e pode ser organizada e reorganizada de várias formas, movendo os elementos, inserindo mais elementos ou ainda retirando alguns de acordo com a maturidade na cultura DevOps.

DevOps

DevOps Representação

Agora chegou a hora de você parar e analisar se deve aderir à Cultura DevOps. Faça um exercício, simulando sua situação real atual, distribuindo o que você já possui de recursos dentro dos times de Desenvolvimento (Dev) e Operações (Ops). É bem comum perceber a existência da maioria dos elementos como Ferramentas, Processos, Automação (mesmo que em nível inicial) etc. Então o que é necessário para poder afirmar que é possível a adesão imediata? A resposta é simples mais uma vez: Falta apenas implantar e compartilhar a cultura, criando um ambiente onde pessoas dos times de Desenvolvimento e Operações colaboram na busca de resultados comuns para entregar um serviço, sistema, solução ou como queira descrever tal entrega (DevOps juntos do início ao fim do ciclo). E para completar não se esqueça de medir o desempenho do conjunto. E, “voilà”, sua prática de DevOps funciona!

Acredito que pelo menos 95% das pessoas que leem os conceitos básicos e que façam o teste concluem que falta muito pouco para iniciar esta nova jornada para um funcionamento muito mais eficiente e com menores custos operacionais através da Cultura DevOps.

Espera aí que tem bônus! A seguir deixo descrições um pouco mais detalhadas e técnicas sobre alguns pontos principais da Cultura DevOps e no final do texto tem uma lista com alguns livros para você utilizar como referência.

Bônus:

O Básico para quem precisa compreender o conceito:
DevOps é a prática onde times de desenvolvimentos de sistemas e times de suporte/operação de TI atuam em conjunto em todo ciclo de vida do serviço, desde o processo de design e desenvolvimento até o suporte de produção. O DevOps também é caracterizado pela maneira que a equipe de operações atua, utilizando muitas técnicas que os desenvolvedores de seus sistemas trabalham. Por outro lado o time de desenvolvimento passa a compreender um pouco mais do que acontece durante a operação de um serviço/sistema devido à proximidade com o time operacional.
Podemos simplificar o conceito, dizendo que DevOps é prática onde times de Desenvolvimento e Operações atuam de forma colaborativa durante o ciclo de vida de um serviço ou produto.

Existem alguns componentes centrais na prática de DevOps que devem ser compreendidos:
Cultura, Automação, Medição (ou Medir), Compartilhamento (CAMS em inglês)
O termo – em inglês – CAMS refere-se a “Culture, Automation, Measurement, Sharing”

Apesar dos termos serem autoexplicativos, a seguir, explico o CAMS um a um:

Cultura: Refere-se à maneira como as pessoas envolvidas na prática do DevOps atuam e pensam. DevOps é muito diferente dos modelos tradicionais de gestão de TI, onde as equipes de Desenvolvimento e Operações trabalham em ciclos completamente diferentes, utilizando processos isolados. E a Cultura é fundamental, pois, se você não investir nela, todas as tentativas de automação serão em vão. A Automação necessita de pessoas engajadas e ferramentas para funcionar.
Automação: Aqui é um dos lugares por onde você começa quando já entende sua cultura. Neste ponto, as ferramentas podem começar a unir uma malha de automação de tarefas para o DevOps. As ferramentas para gerenciamento de versões, provisionamento, gerenciamento de configuração, integração de sistemas, monitoramento e controle e também orquestração tornam-se peças importantes na construção de uma estrutura de DevOps.
Medição: Medir é uma prática fundamental no gerenciamento de qualquer atividade e, com DevOps não é diferente. Se você não conseguir medir, não poderá melhorar. Uma implementação bem sucedida de DevOps deverá medir tudo o que puder com a menor frequência possível. Métricas de desempenho, métricas dos processos e também métricas de pessoas.
Compartilhamento: Compartilhar ideias e problemas é a maneira de manter ativo o ciclo do CAMS. Criar esta cultura onde as pessoas possam compartilham ideias e problemas é primordial. Outra motivação interessante na cultura DevOps é a forma como as histórias de sucesso de DevOps ajudam os outros. Na prática do DevOps é sempre bem vindo o compartilhamento das ideias, e falar sobre problemas não deve ser encarado como uma situação de acusação pessoal ou menosprezo por causar alguma falha durante o ciclo. O que importa de verdade é entender o que acontece de errado e corrigir os problemas.
Agora que já passamos pelo básico, vamos conhecer as 5 metodologias utilizadas no DevOps:

  1. Pessoas sobre processos e processos sobre ferramentas (People over Process over Tools): Esta metodologia começa buscando as pessoas certas para cumprir um papel necessário. Em segundo lugar, assegure-se de que o processo esteja correto e ótimo. Por fim, melhore a eficiência do processo, reduzindo etapas, através de automação baseada em ferramentas.
    Para deixar claro, as ferramentas de automação são as últimas. Não faz sentido automatizar processos errados mesmo que você utilize as ferramentas certas. Automação serve para ajudar atingir excelência operacional e não para criar mais problemas!
  2. Entrega Contínua (Continuous Delivery): Entrega/Distribuição Contínua é a capacidade de fornecer mudanças de todos os tipos – incluindo novas funcionalidades, alterações de configuração, correções de bugs e produção de experiências – nas mãos dos usuários, de forma segura e rápida de forma sustentável. Muitos times já tem atuado com metodologias Ágeis e técnicas relacionadas a CI/CD, sendo assim, parte da metodologia utilizada na prática do DevOps já é conhecida. Como o tema aqui é DevOps, não vou me aprofundar em CI/CD. Você pode buscar no Google ou clicar aqui para saber mais.
  3. Gestão Enxuta (Lean Management): A Gestão Enxuta (Lean Management) é uma abordagem para administrar-se uma organização que tem base no conceito de melhoria contínua, uma abordagem de longo prazo para o trabalho que sistematicamente busca alcançar pequenas mudanças incrementais nos processos, a fim de melhorar a eficiência e a qualidade. É derivada da metodologia “Lean Manufacturing”, amplamente utilizada nas linhas de produção de automóveis.
  4. Controle de Mudança no estilo “Operações Visíveis” (Visible Ops style Change Control): O Visible Ops é uma metodologia que faz parte do ITIL desde o ano 2000 aproximadamente e basicamente reflete o que foi abordado no “item 1.Pessoas sobre processos e processos sobre ferramentas”, onde a excelência operacional não está apenas na utilização de ferramentas e sim na utilização do conjunto Pessoas/Processos/Automação criando um ciclo de entrega de serviço simples, eficiente e com custos que proporcionem que o negócio (ou produto final) seja competitivo.
  5. Infraestrutura como Código (Infrastructure as Code): A infraestrutura como Código (IaC) é um tipo de configuração de TI em que desenvolvedores ou equipes de operações gerenciam e provisionam automaticamente os recursos de TI utilizando ferramentas de automação, em vez de usar um processo manual para configurar dispositivos de hardware e sistemas operacionais. A infraestrutura como Código é também descrita como infraestrutura programável ou definida por software. É possível utilizar ferramentas dos próprios fornecedores dos equipamentos/serviços ou utilizar ferramentas de terceiros como as conhecidas Chef, Puppet, Terraform etc.

DevOps é um assunto bastante amplo e contempla todas as áreas da TI, portanto, se você tem interesse é sempre bom manter o conhecimento em dia, pois, como sabemos, estamos em constante mudança e, a cada ano, os ciclos de vida em TI estão sempre mais curtos. A parte boa é que a maioria dos conceitos e áreas de conhecimento utilizadas na prática de DevOps são conhecidos e facilitam a adoção de DevOps. Os desafios quando falamos deste assunto é mantermos uma cultura favorável a colaboração e como montar e desmontar os blocos de acordo com as necessidades do negócio, como um brinquedo de blocos Lego.

A seguir, a lista que mencionei:
Obs. Estou disponibilizando a lista com os Títulos todos em inglês, pois, estou fora do Brasil há algum tempo e não tenho certeza se existem traduções para todos.

  1. The Visible Ops Handbook: Implementing ITIL in 4 Practical and Auditable Steps, by Gene Kim, Kevin Behr, and George Spafford
    https://www.amazon.com/Visible-Ops-Handbook-Implementing-Practical/dp/0975568612 
  1. Continuous Delivery, by Jez Humble and David Farley
    https://www.amazon.com/Continuous-Delivery-Deployment-Automation-Addison-Wesley/dp/0321601912 
  1. Release It!, by Michael Nygard
    https://pragprog.com/book/mnee/release-it 
  1. Effective DevOps, by Jennifer Davis and Katherine Daniels
    http://shop.oreilly.com/product/0636920039846.do
  1. Lean Software Development: An Agile Toolkit, by Mary and Tom Poppendieck
    https://www.amazon.com/Lean-Software-Development-Agile-Toolkit/dp/0321150783
  1. Web Operations, by John Allspaw and Jesse Robbins
    https://www.amazon.com/Web-Operations-Keeping-Data-Time/dp/1449377440
  1. The Practice of Cloud System Administration, by Christine Hogan, Strata R. Chalup, and Thomas A. Limoncelli
    http://the-cloud-book.com/
  1. The DevOps Handbook, by Gene Kim, Jez Humble, Patrick Debois, and John Willis
    http://itrevolution.com/devops-handbook
  1. Leading the Transformation, by Gary Gruver and Tommy Mouser
    http://itrevolution.com/books/leading-the-transformation/
  1. The Phoenix Project, by Gene Kim, Kevin Behr, George Spafford
    https://en.wikipedia.org/wiki/The_Phoenix_Project_(novel)

 

Eu gostaria muito de saber a sua opinião sobre o assunto.
Opine e participe da discussão aqui no Blog ou no meu perfil do LinkedIn!
Um abraço!

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Google Wave: Será que agora decola?

O Google disponibilizou o serviço Wave para novos cadastros, sem a necessidade de convites.

Após vários meses restrito apenas a convidados e sendo executado apenas no modo Preview, agora todos podem efetuar o cadastro e criar uma conta para usar o serviço – que pretende revolucionar o e-mail, colaboração e comunicações instantâneas.

A suíte de colaboração continua no modo Labs, ou seja, em desenvolvimento, mas a liberação para o público em geral pode significar a popularização rápida do Wave. (Lembrei do Orkut… Alguém sabe se ainda está em versão BETA? Será que algum dia não será mais BETA..? )

Aparentemente, o serviço está um pouco mais estável e sua interface mais simples, rápida e intuitiva. (Não utilizei nenhuma metodologia para teste :S. É apenas minha sensação de usuário final mesmo :@) )

Para conhecer mais sobre o produto, acesse o link abaixo. Nele você encontra todo tipo de informação – genérica ou mais detalhada – e também alguns vídeos explicativos.
http://wave.google.com/about.html

Um grande abraço!
Antonio Ricardo Gonçalves

Aparelho de TV com rede social está a caminho

Depois de se firmar nas telas de computadores e smartphones, o próximo passo do Google pode ser rumo às televisões. Segundo matéria pulicada pelo jornal The New York Times, a empresa se uniu à Intel e à Sony para desenvolver uma nova classe de televisores equipados com internet, o Google TV.

A ideia é tornar mais rica a experiência de navegar na internet pela televisão, incorporando diversos aplicativos da web aos televisores. Hoje já existem TVs com conexão à internet, mas a navegação ainda é limitada.

De acordo com o NYT, a televisão utiliza Android, sistema operacional desenvolvido pelo Google para smartphones. Já a parte de hardware contará com microprocessadores da Intel, e a Sony, como se pode imaginar, entrará na parceria com os televisores.

Outra empresa que pode participar do desenvolvimento do Google TV é a Logitech, que ficaria responsável pela criação do controle remoto e de outros periféricos. A novidade seria um pequeno teclado para controlar o aparelho.

Redes sociais

O objetivo do projeto é criar um novo padrão na maneira de ver TV. O espectador poderia, por exemplo, buscar informações na internet enquanto vê um programa.

Um dos grandes trunfos do Google TV, porém, é a incorporação de aplicativos da web aos televisores. Entre os aplicativos estão redes sociais, como Twitter, Facebook e Orkut, e sites de fotos, como o Picasa.

Outra possibilidade é montar a própria programação a partir de vídeos do YouTube. Além disso, será possível fazer compras e downloads.

Nenhuma das três empresas confirmou a novidade, mas o projeto está sendo desenvolvido há alguns meses, segundo o NYT. A expectativa é de que o Google faça o anúncio oficial durante uma conferência em maio.

Fontes: Jornal Destak SP e NY Times

Um abraço,
Antonio Ricardo Gonçalves

A próxima onda do Google?

Para os que ainda não ouviram falar, segue abaixo o link para uma das apostas do Google – em matéria de Colaboração na WEB – para os próximos meses.

A nova onda do Google: http://wave.google.com
A ferramenta é do tipo “tudo ao mesmo tempo agora”.
Confira!!!

O que você acha??? Está mais para um tsunami ou uma “marolinha”???

Abraços!!!